Tempestade

Levanto-me mais uma vez
rodeada pelo vazio.
E janela afora, nada existe, senão
uma realidade morta sob o vento frio.

A buscar pela luz - sinal de esperança, talvez
meus olhos vagam pela imensidão cinzenta.
Mesmo que o silêncio reine ao redor
meu coração almeja a tormenta.

Sufocando gritos, calando prantos
guardando palavras violentas
Arrasto as correntes de uma mente escura
a observar a planície poeirenta.

Peço que a tempestade venha
e com ela, minha purificação.
Clamo por ventos furiosos
clamo por dias chuvosos
clamo pelos raios impiedosos
para engolir o meu coração.

Então, desfazer-me-hei de minha dor
e de toda a minha aflição.
Mas até lá, minha alma é como terras áridas
ansiando pela chuva de verão.